Falhas em conexões:
Transformadores são equipamentos formados por diversos componentes, eletricamente interligados através de elementos fixos como conectores e parafusos, bem como através de dispositivos móveis, como comutadores e painéis de religação.
A ocorrência de falha nesses elementos resulta em deficiência de contato e consequente aumento da densidade de corrente elétrica em partes condutoras. A partir dessa condição há um superaquecimento localizado que, inicialmente, não traz maiores implicações, porém, ao longo do tempo de uso do equipamento, resulta em condição de deterioração do contato de forma gradativa e cumulativa, até se chegar numa condição inaceitável de funcionamento ou mesmo na falha do transformador.
Trata-se de fenômeno comum em partes e componentes elétricos, motivo pelo qual, normalmente, se faz a termografia de instalações em caráter de manutenção preventiva. Ocorre que as características construtivas e operacionais de um transformador inviabilizam esse tipo de exame em suas partes internas.
A recomendação de manutenção preventiva é a de imediata limpeza e reaperto da conexão, sob pena de ocorrência de danos aos materiais isolantes por superaquecimento.
Assim, o diagnóstico é feito pela análise dos gases que se formam em meio ao óleo isolante pela decomposição do sistema isolante (papel e óleo) em condição de superaquecimento.
Caso não se disponha de elementos indicativos suficientes para o diagnóstico a partir das análises de gases, ou caso o diagnóstico obtido a partir da análise de gases não seja de uma condição catastrófica, pode-se continuar com o equipamento em operação, até que, pela monitoração dos níveis de gases produzidos, haja a atuação do dispositivo de proteção de gases, o relé Buchholz, que atua em dois níveis, de alarme num primeiro estágio e de desligamento num segundo estágio.
Manutenção Inadequada ou inexistente:
A manutenção de transformadores é tarefa importante que depende do acompanhamento das condições operacionais do equipamento e respectivos acessórios.
A ocorrência de falhas associadas à manutenção inadequada ou inexistente é resultado de problemas que inicialmente podem ser considerados relativamente simples e pontuais, como por exemplo o desgaste mecânico de contatos de comutadores, penetração de umidade pela falha de dispositivos de selagem da parte ativa e a perda de determinadas propriedades do óleo isolante. Trata-se de fenômenos que, se diagnosticados e corrigidos a tempo, podem evitar a ocorrência de acidentes catastróficos.
Pode-se considerar como procedimentos básicos de manutenção de transformadores, a realização de análises periódicas de gases combustíveis e das propriedades físico químicas do óleo isolante, além da verificação do estado de conservação e funcionamento de acessórios.
Condições satisfatórias de operação de um transformador dependem essencialmente do bom estado de conservação do meio isolante formado pela isolação sólida e líquida, dado que estão diretamente associados à rigidez dielétrica entre os condutores que compõem os enrolamentos.
Para o óleo isolante, a introdução de umidade ambiente e o seu natural envelhecimento, associado à ocorrência de eventuais sobreaquecimentos localizados, são fatores preponderantes à alteração de suas características, resultando na formação de borra e material particulado que tende a contaminar toda a parte ativa. Trata-se de mecanismo inerente ao funcionamento de transformadores, que deve ser controlado através de análises periódicas, filtragem e tratamento do óleo, além de procedimentos de manutenção preventiva realizada pelo usuário.
Fonte do artigo: “Falha em Trafo” – Ricardo Bechara
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